"Vemos esta OPA como uma antecipação pelo Grupo Ángeles destinada a afastar outros potenciais candidatos à compra da ESS. Tanto a Apax Partners do Reino Unido como a TPG dos EUA, foram recentemente identificadas na imprensa como estando interessadas na ES Saúde", consideraram os analistas André Rodrigues e José Mota Freitas, do Caixa Banco de Investimento, numa nota de análise distribuída pelos clientes.
Gualter Pacheco, trader da Go Bulling, também defendeu que "o primeiro a avançar pode ter vantagem", sublinhando contudo que a principal questão será "o preço". A esta lista de potenciais interessados soma-se o Grupo José de Mello, a Fidelidade e a Amil, que controla a Lusíadas Saúde, tal como avança hoje o Diário Económico.
A Ángeles lançou ontem uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a ES Saúde, propondo 4,3 euros por acção como contrapartida. A oferta avalia a grupo de saúde dono do Hospital da Luz em 410 milhões de euros.
No entanto, este processo deverá observar obstáculos perante a situação de falência do Grupo Espírito Santo, segundo anteciparam estes analistas.
"A Espírito Santo Saúde é apetecível. Mas apenas 17 ou 18% da empresa está em bolsa o resto está nas mãos de empresas como a Rio Forte é esta é a parte complicada. A concretização desta OPA depende também desta parte mais difícil", frisou Pacheco.
"De facto, considerando as incertezas relacionadas com o desmembramento do Grupo Espírito Santo (GES), a par do conjunto de aprovações prévias, por parte de várias entidades, necessário para a prossecução da OPA anunciada, admitimos que o processo de aquisição irá deparar-se com vários obstáculos à medida que for decorrendo", declaram, por seu turno, os analistas do Caixa BI.
Apesar de tudo, asseguraram os analistas, a OPA da Ángeles, potenciada pela entrada do grupo mexicano no mercado europeu, reforça a percepção do valor da ESS e oferece suporte adicional à cotação actual do título.
As acções da empresa portuguesa estiveram hoje a acelerar 9% até aos 4,3 euros propostos pelos mexicanos.