Nas minutas de Outubro, o banco central inglês diz que há margem para manter inalterada a taxa de juro em 0,5% devido à baixa inflação. Apenas um dos nove membros do Comité de Política Monetária votou a favor da subida dos juros.
O Banco de Inglaterra (BoE, na sigla
inglesa) decidiu manter inalterada a taxa de juro directora em 0,5% por
considerar haver margem para manter os juros em mínimos históricos
devido aos persistentes níveis reduzidos de inflação.
Nas minutas relativas à reunião de Outubro da autoridade
monetária inglesa, pode ainda ler-se que o banco central inglês acredita
que a economia britânica está a mostrar robustez perante a pressão
internacional provocada pelos crescentes sinais de abrandamento da
economia global. A autoridade monetária antecipa que o produto interno
bruto (PIB) do Reino Unido cresça cerca de 0,6% no terceiro trimestre
deste ano.
Nestas minutas citadas pela agência Bloomberg, o Comité de
Política Monetária do BoE refere ter contraposto os riscos decorrentes
do abrandamento da economia mundial, nomeadamente dos países emergentes,
com a resiliência demonstrada pelo mercado interno britânico, que vem
apresentando um aumento do consumo interno.
"Apesar de permanecer o risco de que as perspectivas relativas
aos mercados emergentes possa ainda deteriorar-se, têm surgido alguns
sinais de um efeito importante decorrente da confiança dos empresários e
dos consumidores nas economias avançadas", referem as minutas.
Por outro lado, confirma-se também que voltou a haver apenas um
membro do Comité de Política Monetária da autoridade monetária a
defender uma subida dos juros. Ian McCafferty voltou a apoiar uma subida
de 0,25 pontos percentuais, tendo sido derrotado pelo voto dos
restantes oito membros que votaram a favor da manutenção da taxa
directora em 0,5%.
Esta decisão tem essencialmente que ver com aquilo que o BoE
considera ser uma taxa de inflação ainda muito baixa. O banco central
estima que a inflação permaneça abaixo de 1% pelo menos até à Primavera
de 2016. E acredita que a recente valorização registada pela libra nos
mercados cambiais pressione o crescimento dos preços no consumidor. Por
outro lado, a instituição liderada por Mark Carney considera que os
custos unitários do trabalho continuam ainda em níveis demasiado baixos,
o que dificulta a subida da inflação para a meta de 2%.
Esta
convicção, agora apresentada pelo Banco de Inglaterra, poderá colocar em
causa a possibilidade de a autoridade monetária começar a subir os
custos do dinheiro já no início de 2016, tal como admitido pelo prórpio Mark Carney em Setembro último.