Tom Hayes, antigo "trader" do UBS e do Citigroup, tem sido, nos últimos anos, o rosto do caso de manipulação da Libor. Esta segunda-feira, foi considerado "culpado" e condenado a 14 anos de prisão.
Tom Hayes, 35 anos, foi o primeiro indivíduo a enfrentar o tribunal no caso de manipulação da Libor e foi considerado culpado nas oito acusações de conspiração para manipular esta taxa de mercado que é utilizada como referência em mais de 350 biliões de dólares (318,6 biliões de euros) de contratos que vão de créditos à habitação, a cartões de crédito e empréstimos para estudantes, revelou a Bloomberg.
O júri do tribunal de Southwark composto por sete homens e cinco mulheres concluiu, após uma semana de deliberação, que Hayes conspirou com outros "traders" e corretoras e tentou beneficiar com isso. Em cada uma das acusações, o antigo "trader" do UBS e Citigroup enfrentava uma pena máxima de 10 anos de prisão. Contudo, o tribunal londrino decretou 14 anos de prisão efectiva para o antigo trader do UBS e do Citigroup.
O julgamento decorreu ao longo de nove semanas e a acusação considerou que Hayes orquestrou a rede de 25 "traders" e corretores de pelo menos 10 instituições financeiras com o intuito de manipular a Libor a larga escala. Para isso, refere a Bloomberg, terá subornado, intimidado, persuadido e recompensado a sua rede de contactos para que o ajudassem a adulterar a taxa.
Foi em 2012 que Hayes foi acusado pela primeira vez pelas autoridades norte-americanas tendo-se tornado, desde então, o principal rosto deste caso de crime de mercado. Em 2013, foi ouvido num total de 82 horas pelo departamento britânico de combate à fraude, onde terá descrito o esquema que desenvolveu e nomeado alguns dos seus cúmplices. Hayes terá iniciado o esquema de manipulação da Libor no Verão de 2006 quando trabalhava em Tóquio para o UBS e apenas terminou com a sua demissão do Citigroup em Setembro de 2010.
Hayes, a quem foi diagnosticado Asperger pouco antes de o julgamento começar, revelou aos investidores britânicos que, em três anos, o UBS terá ganho 150 milhões de libras (213,25 milhões de euros) com este esquema, segundo o The Guardian.
Ao abrigo deste escândalo, foram já cobrados nove mil milhões de dólares (8,19 mil milhões de euros) em coimas a instituições financeiras.