O operador da rede de gasodutos húngaros FGSZ anunciou nesta quinta-feira que decidiu suspender, por tempo indeterminado, o envio de gás para a Ucrânia, alegando razões técnicas.
Para o grupo estatal ucraniano Naftogaz foi uma medida "inesperada e inexplicável".
Em um comunicado enviado à agência húngara de notícias MTI, o operador público FGSZ declarou que o envio de gás à Ucrânia foi cortado "por tempo indeterminado na quinta-feira, às 16h GMT (13h no horário de Brasília)".
A FGSZ destacou que a medida foi tomada para conseguir responder ao aumento da demanda interna de gás na Hungria.
"Usuários da rede nos informaram que, a partir de 26 de setembro, a demanda de importação iria aumentar de maneira significativa", declarou o operador húngaro.
Para permitir a chegada de um volume maior de gás para a Hungria são necessários trabalhos técnicos no posto de trânsito de gás de Beregdaroc, na fronteira entre Hungria e Ucrânia, acrescentou a empresa FGSZ.
O operador húngaro diz ter fornecido 16,8 milhões de metros cúbicos diários de gás para a Ucrânia desde março de 2013. Esse volume não está garantido, porque o nível de envio "depende das condições técnicas e comerciais do momento".
No final da tarde, a Naftogaz confirmou o corte no fornecimento. A companhia tem contratos com empresas da Europa Ocidental para importar gás para a Ucrânia através da Hungria. O grupo Naftogaz "lamenta profundamente" a decisão "inesperada e inexplicável" do operador húngaro, segundo um comunicado enviado por e-mail.
A Naftogaz pede à FGSZ que "respeite suas obrigações contratuais e a legislação da União Europeia", restituindo o fluxo de gás entre Hungria e Ucrânia em ambos os sentidos.
Segundo o grupo ucraniano, a decisão húngara "é contrária aos princípios fundamentais do mercado único da energia da União Europeia".