BUENOS AIRES - Na tentativa de estancar o aumento de preços da carne bovina no mercado interno, o governo da Argentina decidiu restringir a exportação de carne bovina nos próximos 15 dias. Isso significa que nesse período o ritmo das licenças para os embarques será reduzido. A medida foi anunciada aos produtores pela Secretaria de Comércio, vinculada ao Ministério da Economia. Desde o início do mês, o preço da carne no mercado argentino subiu 15%, em média.
Pardoxalmente, uma missão do governo, liderada pela ministra da Indústria, Débora Giorgi, viajou para a Rússia para tentar acordos de exportação de diversos produtos argentinos, inclusive carne. Em meio ao conflito na Ucrânia, Brasil e Argentina podem se beneficiar das sanções aplicadas pelo governo da Rússia às importações dos Estados Unidos e Europa.
Enquanto os produtores recebiam a notícia sobre as novas restrições às exportações, na quarta-feira, o segundo dia da visita da delegação argentina à Rússia, o Ministério da Indústria divulgou comunicado que reproduz as declarações de Débora Giorgi em Moscou.
Segundo a ministra informou às autoridades russas, a Argentina é o quinto produtor mundial de alimentos e tem capacidade para alimentar 400 milhões de pessoas. "Em um mundo onde convivem a fome e a saciedade, o setor de alimentos da Argentina está preparado para aprofundar sua inserção internacional para abastecer e alimentar os povos", destacou.