Dolarização da economia argentina é prova da eficiência uso das criptomoedas

Dolarização da economia argentina é prova da eficiência uso das criptomoedas

27 novembro 2023, 18:19
Antonio Gutemberg Frota
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Com a vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais da Argentina, a América Latina — que já conta com Nayib Bukele, presidente que tornou o bitcoin uma moeda oficial de El Salvador em 2021— ganha mais um chefe de Estado entusiasta das criptomoedas.


Paradoxalmente, as principais bandeiras da campanha política de Milei, a dolarização da economia e a abolição do Banco Central Argentino, podem suprimir a demanda por criptoativos em um dos países com maior taxa de adoção da tecnologia, que representa um caso de uso do mundo real transformador da tecnologia da blockchain



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A blockchain, a tecnologia de livro-razão distribuído por trás dos criptoativos, foi, de forma sorrateira durante a última década, concretizando a sua presença ubíqua no cotidiano financeiro dos argentinos.


As sucessivas crises de hiperinflação, que afligem o país desde o lançamento do bitcoin em janeiro de 2009, aceleraram a adoção do ativo digital a largos passos, impulsionados por uma dinâmica distinta da presenciada em economias desenvolvidas.


Mais recentemente, stablecoins (moedas estáveis) superaram o bitcoin como a modalidade de ativo digital mais demandada na Argentina.


Com o valor lastreado ao dólar, stablecoins como o USDC e o USDT oferecem muitas das vantagens de um ativo digital nativo da blockchain, como o bitcoin, sem a sua volatilidade característica.


Segundo levantamento da Chainalysis, casa de pesquisa especializada em dados on-chain, cinco milhões de argentinos (>10% da população) já fazem uso dessa representação digital do valor das cédulas norte-americanas.


Em busca de um porto seguro, muitos dos adeptos dos stablecoins no país convertem os seus salários imediatamente após o seu recebimento, buscando interromper a perda incessante do poder de compra da moeda local.


Utilização no mundo real


À medida que essa prática foi disseminada, a aceitação das criptomoedas pelo comércio argentino foi crescendo em paralelo. Hoje, as moedas estáveis são amplamente aceitas na nação sul-americana por diversos tipos de estabelecimentos. Tron, a blockchain com maior grau de adoção no país, conquistou o público argentino devido às suas transferências rápidas e baratas.


Segundo relatório divulgado pela gestora global Brevan Howard, a rede Tron foi responsável por mais transações de moedas estáveis em 2023 do que qualquer outra blockchain, volume em grande parte impulsionado por usuários que residem em nações que vivem crises inflacionárias e/ou a escassez de dólares.


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