Moody's diz que desvalorização chinesa não tem impacto no 'rating'

Moody's diz que desvalorização chinesa não tem impacto no 'rating'

13 julho 2015, 16:33
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"A vincada correção no mercado bolsista chinês não vai ter um efeito material na economia real da China ou na qualidade do crédito soberano", escreve a agência de 'rating' Moody's numa nota aos investidores, na qual admite que a produção da intermediação financeira é capaz de abrandar devido à redução dos investimentos bolsistas, "mas isso não vai impactar de forma significativa o crescimento económico previsto de 7,4%".

A Moody's lembra, aliás, que a quebra de 32% desde meados de junho segue-se a uma valorização de 150% no último ano, e por isso considera que "as medidas do Governo são um desvio temporário face às reformas orientadas para o mercado, que não vão estragar a atuação do Executivo em termos de credibilidade das políticas e previsibilidade que apoia a qualidade de crédito do país".

A bolsa chinesa caiu cerca de 30% desde 12 de junho, quando o regulador dos mercados na China anunciou uma série de medidas que causaram pânico entre os investidores, a maioria dos quais pequenos acionistas que desataram a vender as ações para garantir dinheiro para pagar os empréstimos que tinham contraído precisamente para comprar ações.

A tradicional volatilidade dos mercados chineses fez a bolsa começar a cair, e o movimento perpetuou-se até que o Governo e o banco central resolveram intervir, suspendendo a troca de ações de metade das empresas cotadas e injetando liquidez na economia, entre outras medidas.

De acordo com um estudo da Oxford Economics, uma queda de 50% na bolsa chinesa terá um efeito de 0,2% no crescimento do PIB em 2016, mas a Moody's salienta que "o rápido crescimento no número de acionistas [subiu mais de 40 milhões num ano] implica que o efeito negativo pode ser relativamente maior".

A Moody's prevê uma expansão económica "entre 6,5 a 7,5% este ano e entre 6 e 7% em 2016, e a recente queda dos preços das ações não motiva uma mudança na estimativa de crescimento", concluem os analistas, que sublinham que a dívida pública chinesa está em 35% do PIB e que o volume de ações transacionado em bolsa representa apenas 6% do PIB de 2014.