Os consumidores deveriam pagar a impressionante quantia de US$ 5,3 trilhões por ano pela energia para cobrir custos camuflados de saúde e ambientais gerados pelo uso de combustíveis fósseis, segundo relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Essas estimativas são chocantes", afirma Vitor Gaspar, diretor de assuntos fiscais do FMI, cujo departamento foi responsável pelo estudo. "Elas correspondem a uma das maiores externalidades negativas já estimadas", afirma, em referência a custos que não são quantificados em preços.
O FMI afirma que formuladores de políticas deveriam começar a embutir esses custos - cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) global - nos preços dos combustíveis imediatamente, para evitar malefícios dos seus usos, além de estimular maior eficiência energética e prevenir gastos com a saúde pública. Em grande parte graças ao crescimento acelerado do uso de carvão na China e na Índia, essas taxas ultrapassam em grande medida as esparsas economias dos últimos anos em corte de subsídios a fontes tradicionais de energia.
Preços decrescentes do petróleo têm garantido a governos de países como Índia e Angola a oportunidade de aumentar os preços da energia para um patamar mais próximo de seus valores de mercado. O corte de subsídios alivia o peso da balança de pagamentos e permite que o governo canalize os retornos em outros setores, como serviços sociais, saúde pública ou investimentos que visam o crescimento.
No entanto, o FMI afirma que custos não quantificados de poluição por carvão, petróleo e gás natural também deveriam ser considerados subsídios, já que as economias sofrem maiores encargos por serviços de saúde e multas por degradação ambiental. Baseado em dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), o fundo estima que esses encargos custariam, apenas este ano, cerca de US$ 5,3 trilhões. Fonte: Dow Jones Newswires.