Ibovespa Futuro fica estável após Focus e tensões na Grécia; Petrobras no radar

Ibovespa Futuro fica estável após Focus e tensões na Grécia; Petrobras no radar

23 março 2015, 19:30
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 O Ibovespa Futuro abre perto da estabilidade nesta segunda-feira (23) após o índice a vista ter a sua melhor semana do ano entre os dias 16 e 20 de março. O mercado hoje opera com cautela à espera da fala de dirigentes do Federal Reserve, enquanto as bolsas europeias caem em meio a preocupações com a Grécia e junto com o preço do petróleo. Por aqui, o relatório Focus registrou a 12ª redução da projeção do PIB (Produto Interno Bruto) consecutiva e mostrou que a pesrpectiva para a economia brasileira em 2015 continua bastante negativa. 

Às 9h05 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa para abril tinha leve alta de 0,16%, a 52.185 pontos. Ao mesmo tempo, o dólar futuro caía 0,8%, a R$ 3,218. 

Na agenda de indicadores, os Estados Unidos divulgam venda de imóveis usados, enquanto aqui no Brasil sairão os dados da Balança Comercial, mostrando a diferença entre exportações e importações. 

Ações

O relatório Focus com projeções de economistas para os principais índices macroeconômicos reforçou o pessimismo e mostrou uma redução da projeção do PIB de recuo de 0,78% para 0,83% no ano. Enquanto isso, a previsão do IPCA (Ínidice de Preços ao Consumidor Amplo) saiu de um avanço de 7,93% para 8,12% em 2015.

O noticiário corporativo aparece agitado nesta segunda-feira (23). Nos destaques, o blog de João Bosco Rabello, do jornal O Estado de S. Paulo, diz que o Bradesco (BBDC4), que faz o levantamento dos números da BR Distribuidora, manifestou interesse em comprar 49% da subsidiária da Petrobras (PETR3; PETR4), caso um acordo de acionistas lhe garanta a gestão. A preocupação é que haja um conflito de interesses, já que a instituição financeira encarregada de fazer o levantamento pode também ser a compradora. A proposta pode entrar na pauta do Conselho da Petrobras na próxima semana, informa o jornal. 

Além disso, a Petrobras informou na noite de sexta que paralisou operações na plataforma P-58 no Parque das Baleias, na Bacia de Campos, para manutenção após vistoria da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). A estatal alegou que a interrupção temporária da produção visa a "manutenção preventiva", uma vez que ANP indicou "não conformidades" na unidade. Mesmo assim, a agência reguladora não informou quais os problemas específicos foram encontrados na vistoria. Em comunicado de ontem, a estatal havia informado que uma parada de manutenção em fevereiro ocasionou na queda de 1,5% na produção da petrolífera naquele mês.

Os ADRs (American Depositary Receipts) da petroleira negociados no pré-market da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) ficavam estáveis 0,00%, a US$ 5,59.

Cenário externo

Enquanto as bolsas asiáticas registram alta com destaque para a China, a Europa têm um dia de queda em meio às preocupações com a Grécia.

O índice Nikkei, do Japão, teve alta de 0,99%, mesmo com o dólar mais fraco, em meio aos dados positivos do setor farmacêutico. Em seu relatório econômico mensal, o governo do Japão melhorou sua avaliação sobre a economia em geral pela primeira vez em oito meses nesta segunda-feira, destacando uma tendência de recuperação moderada uma vez que a produção industrial está acelerando devido à melhora da atividade corporativa.

Na China, a bolsa de Xangai subiu 1,95%, com alta pela nona sessão consecutiva, com sinais de que o órgão regulador do mercado de capitais não está preocupado quando à possibilidade de avanços adicionais na bolsa local. As ações chinesas também tiveram um rali por expectativas de mais medidas de apoio para o combalido setor imobiliário.

Na Europa, as atenções se voltam novamente para a Grécia.  O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, escreveu para a chanceler alemã, Angela Merkel, na semana passada, alertando que seria "impossível" para a Grécia fazer pagamentos de sua dívida pelas próximas semanas se não receber mais ajuda financeira, confirmou o governo grego nesta segunda-feira.

 Em uma carta em 15 de março, o premiê alertou Merkel que a Grécia seria forçada a escolher entre pagar seus empréstimos, contraídos principalmente junto ao Fundo Monetário Internacional, ou manter os gastos sociais, de acordo com reportagem do jornal Financial Times no domingo.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.