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@Rogerio Figurelli
Não me parece difícil demonstrar, com base em estatística elementar, que, mesmo limitando perdas de diferentes formas, o retorno médio esperado do Martingale após um grande número de operações tende a se igualar ao retorno médio esperado da estratégia subjacente que estiver sendo utilizada para decidir o momento de entrar e de sair.
Portanto, para se ter um retorno médio esperado positivo no longo prazo(*) com Martingale, é necessário que a estratégia subjacente também tenha retorno médio esperado positivo no longo prazo(*).
(*) obs: eu uso o termo "longo prazo" aqui significando "após um número muito grande de operações", nada a ver com manter posição por longo prazo, ok?
Ou seja, Martingale não sobrevive ao princípio filosófico da Navalha de Occam, uma vez que o mesmo retorno de longo prazo pode ser alcançado pelo uso puro e simples da estratégia subjacente, com menor risco e menor capital imobilizado como margem para as operações.
Com relação às variantes que usam fatores de multiplicação diferentes de 2 ou que usam médias de volume, isso pode servir para diminuir o risco ou alavancar o lucro (conforme o fator/média usado), mas não me parece que isso altere o retorno médio esperado, por se tratarem de transformações lineares do método original, que obedecem ao princípio da superposição (homogeneidade + aditividade), de modo que o retorno do Martingale com fator modificado, ou mesmo com média de volume, será positivo se e somente se o retorno do Martingale com fator 2 (e consequentemente o da estratégia original subjacente) também for positivo, o que nos conduz à mesma conclusão anterior.
Pelo menos no daytrade de ações e de contratos futuros, cuja curva Lucro versus Variação do Preço é linear (desconsiderando custos operacionais), me parece que pode ser facilmente demonstrada a inexistência de vantagem de se usar Martingale, em comparação com usar a mesma estratégia que toma a decisão de entrar e de sair do mercado sozinha, sem Martingale.
Se eu tivesse mais tempo livre, tentaria escrever um artigo sepultando definitivamente essa ideia por "A mais B".
Um artigo assim seria um tiro no próprio pé, uma vez que, para nós, scalpers de tiro curto, a liquidez oferecida nos minicontratos pelos usuários de Martingale entrando forte no lado oposto de uma tendência que acabou de virar é um "chantilly" caído dos céus ... mas felizmente o meu lado humanitário, que não gosta de ver o meu próximo se ferrando, algumas vezes ofusca a minha ganância, de modo que ainda há esperança para a minha alma, kkk!
Ressalva: num mercado não-linear, como o mercado de opções, talvez haja algum valor na estratégia Martingale, uma vez que a curva Lucro versus Variação do Preço (preço do ativo, e não da opção) é não-linear e pode-se operar tanto no lado convexo da curva (comprando opções) como no lado côncavo (vendendo opções) e também nos dois lados simultaneamente ... acho que vou pensar sobre isso ... alguém já pensou nisso? ... o problema é que daytrade de opções aqui no Brasil só é viável em ações muito líquidas como PETR e VALE, e mesmo assim só pra strikes bem pertinho do dinheiro, que é justamente a região em que a curva é quase linear e a operação fica semelhante a um daytrade de contratos futuros ... nos EUA talvez seja mais viável ... algum maluco aqui já pensou em fazer Martingale em opções? ... deve ser mais arriscado que escovar dente de crocodilo, mas, se puder ser demonstrado que o retorno de longo prazo é positivo, é só manter a mão pequena e ter paciência.
Olá @Trader_Patinhas,
Olá @Trader_Patinhas,
Obrigado pelas indicações, @Rogerio Figurelli.
Os estudos destes autores provavelmente são melhor fundamentados que as minhas opiniões, dado o tempo de estudo e a profundidade com que analisaram o tema.
Para mim será um desafio fascinante examinar estudos bem fundamentados contradizendo impressões minhas que à primeira vista me pareciam óbvias, mas que, como nunca cheguei a examiná-las com a devida profundidade e cuidado, podem estar equivocadas.
Assim que conseguir um tempo, vou ler e te darei retorno.
Obrigado pelas indicações, @Rogerio Figurelli.
Os estudos destes autores provavelmente são melhor fundamentados que as minhas opiniões, dado o tempo de estudo e a profundidade com que analisaram o tema.
Para mim será um desafio fascinante examinar estudos bem fundamentados contradizendo impressões minhas que à primeira vista me pareciam óbvias, mas que, como nunca cheguei a examiná-las com a devida profundidade e cuidado, podem estar equivocadas.
Assim que conseguir um tempo, vou ler e te darei retorno.
Você não esta equivocado. Martingale clássico tem sim todos os problemas citados anteriormente. Martingale clássico eh furada.
Tambem desconhecia os artigos, estudos e autores citados. Tenho ceticismo em relação aos mesmos (já vi ganhador de premio Nobel escrevendo bobagens), mas terei de acessar o material para ter melhores conclusões.
De qualquer maneira, gostei da ideia de hedge com opções (apesar de restrições na B3). Ai acredito que valha a pena um estudo.
[ ]'s
Você não esta equivocado. Martingale clássico tem sim todos os problemas citados anteriormente. Martingale clássico eh furada.
Tambem desconhecia os artigos, estudos e autores citados. Tenho ceticismo em relação aos mesmos (já vi ganhador de premio Nobel escrevendo bobagens), mas terei de acessar o material para ter melhores conclusões.
De qualquer maneira, gostei da ideia de hedge com opções (apesar de restrições na B3). Ai acredito que valha a pena um estudo.
[ ]'s
Oi @Joscelino Celso de Oliveira.
Sobre Martingale clássico eu também não tenho dúvida de que é furada. Apenas me mantenho aberto a eventuais adaptações da estratégia original, sobre as quais nada podemos afirmar enquanto não as conhecermos.
Ainda não estudei tudo o que o @Rogerio Figurelli indicou, mas cheguei a dar uma olhada em um dos artigos e vi que a estratégia de trading proposta não tem nenhuma semelhança com o que nós chamamos de "Martingale clássico". Trata-se de uma estratégia totalmente diferente, que se baseia na premissa de que o preço de mercado seja um "martingale" (no sentido matemático dessa palavra), ou seja, uma série temporal cuja expectativa para o próximo elemento da série seja igual ao valor do último elemento da série (em outras palavras: assume a premissa de que a expectativa de retorno entre uma vela e a próxima é zero).
No meu entendimento, a estratégia utilizada em cassinos conhecida como "Martingale" e a definição matemática de um "martingale" (série temporal) são conceitos distintos. Assim, quando se fala em "estratégia baseada em martingale", isso pode ser entendido de duas formas diferentes e a aparente divergência que estamos tendo com o @Rogerio Figurelli talvez se deva a ele estar falando de uma coisa e nós de outra.
Olá Trader_Patinhas e Joscelino Celso de Oliveira, não quero contaminar a análise de vocês com mais teorias e artigos, até porque já sou voto vencido aqui ;-)
Prezado @Rogerio Figurelli, por favor, não existe essa coisa de "voto vencido" entre nós. Na Ciência, o que determina qual voto é vencido e qual é vencedor é a realidade experimental, que no nosso caso específico aqui é o mercado!
A ideia de testar o Martingale (clássico) após um evento como o "payroll" parece interessante, pois ali há uma dinâmica de oscilação que talvez possa ser "hackeada" usando inteligência artificial.
Mas veja bem: Martingale (o clássico) é na verdade uma meta-estratégia (dobrar a aposta a cada vez que perde) e necessita de uma estratégia subjacente embutida, responsável por decidir a direção e o momento de entrar e o momento de sair. Eu tendo a acreditar que, se alguém aufere saldo positivo sistematicamente "no longo prazo" (após um número muito grande de operações) aplicando martingale em eventos de calendário, esse mesmo alguém poderia obter o mesmo lucro de longo prazo com menor risco se usasse apenas a estratégia subjacente, sem Martingale.
Prezado @Rogerio Figurelli, por favor, não existe essa coisa de "voto vencido" entre nós. Na Ciência, o que determina qual voto é vencido e qual é vencedor é a realidade experimental, que no nosso caso específico aqui é o mercado!
A ideia de testar o Martingale (clássico) após um evento como o "payroll" parece interessante, pois ali há uma dinâmica de oscilação que talvez possa ser "hackeada" usando inteligência artificial.
Mas veja bem: Martingale (o clássico) é na verdade uma meta-estratégia (dobrar a aposta a cada vez que perde) e necessita de uma estratégia subjacente embutida, responsável por decidir a direção e o momento de entrar e o momento de sair. Eu tendo a acreditar que, se alguém aufere saldo positivo sistematicamente "no longo prazo" (após um número muito grande de operações) aplicando martingale em eventos de calendário, esse mesmo alguém poderia obter o mesmo lucro de longo prazo com menor risco se usasse apenas a estratégia subjacente, sem Martingale.
Olá Trader_Patinhas, concordo com você quanto ao voto vencido, foi apenas no sentido de não ser chato insistindo em algo de pouca credibilidade de vocês. Vou considerar esse como um convite para continuar contrapondo aqui, pois me parece uma boa oportunidade de aprendizado coletivo, afinal as coisas são bem mais complexas quando as estratégias estão competindo e na minha opinião, no mercado de renda variável, só a ciência não é suficiente.
Nesse sentido, antes de mais nada, gostaria de deixar claro que apesar de a expressão Martingale que estamos discutindo aqui ter surgido de sistemas de apostas no século XVIII, estando relacionada ao apostador dobrar sua aposta depois de cada derrota buscando recuperar todas as perdas na primeira vitória, ela se mantém com a mesma lógica dentro dos modelos que referi anteriormente, como analisa o autor abaixo e algumas sentenças que separei para facilitar.
"An old man, who had spent his life looking for a winning formula (martingale), spent the last days of his life putting it into practice, and his last pennies to see it fail. The martingale is as elusive as the soul. A. Dumas p`ere, Mille et un fantˆomes, 1849".
“As far as the origin of the word (and not the concept) is concerned, the first citation is found in the thesis of J. Ville6 [Note that the word was introduced in chapter IV, third paragraph, in the expression “game system or martingale” but that starting in the following chapter, J. Ville totally abandons the expression “game system” and keeps only “martingale”]. He makes clear elsewhere [37] that this name is borrowed directly from the vocabulary of gamblers. In fact, at the time it was not unusual for gamblers claiming to have a sure winning strategy to speak to probabilists; J. Ville himself met a certain Mr. Parcot, who analyzed roulette results to obtain his allegedly winning strategy or martingale. The word was thus familiar to probabilists and was naturally transferred to the mathematical concept of which the first examples came from games”.
The Origins of the Word “Martingale”
http://www.jehps.net/juin2009/Mansuy.pdf
Agora sendo objetivo, como já comentei, o Martingale clássico (ou tradicional, como prefiro referir), a longo prazo, não faz sentido. O meu ponto são as variações de Martingale e escolha de momento. Existem outros fatores relevantes, que não estou considerando, como por exemplo a escolha do instrumento, pois certamente alguns apresentam melhores momentos que outros para esse sistema. Não por menos o mercado Forex é muito usado para variações de Martingale, uma vez que espera-se que pares de moedas fortes nunca virem pó, como no mercado de capitais, o que seria de alto risco até mesmo para essas variações. Gosto também de sua visão sobre as estratégias subjacentes, que me parecem outro exemplo.
Mas o fato é que as variações de Martingale permitem você trabalhar com diversas mudanças, por exemplo ao invés de dobrar o volume aumentar ele apenas um pequeno percentual. Ou ainda limitar a perda máxima da sequência de operações. Ou até mesmo aplicar o Anti-Martingale, operando no ganho, que penso ser uma espécie de momento também, só que da curva de capital.
Uma metáfora para essas variações, e o próprio Martingale, dentro da teoria de jogos, e que utilizo eventualmente com meus alunos de Coaching, é a que encontramos no jogo de Xadrez, com as diferentes abordagens e estratégias de sacrifício de peças. Talvez o Martingale clássico seja o caso extremo de sacrifício de uma Dama, que só se justifica em um momento decisivo de uma partida. E o sacrifício de peões seriam equivalentes às variações de menor risco. Diga-se de passagem, a tecnologia de aprendizado de máquina do famoso software AlphaZero, da empresa DeepMind/Google, surpreende justamente na capacidade incrível de fazer esse tipo de sacrifício, acima de qualquer grande mestre, e esse talvez seja um indício do potencial de inteligência artificial nessa área, embora o mercado seja muito mais complexo e ilimitado.
Seja como for, concordo com você quanto à análise de risco, e penso que uma gestão financeira usando algum sistema assim deveria ser testada e otimizada por um longo prazo, e considero as ferramentas de otimização e backtesting fundamentais para validação e treinamento dos modelos. Mas penso que seja interessante que o mesmo rigor que temos para avaliar a eficácia do Martingale, seja adotada para todo e qualquer outro sistema, pelo menos de forma comparativa, o que, infelizmente, muitas vezes não acontece na prática, e seguidamente vemos sistemas operacionais, principalmente os automáticos ou administrados por robôs, levando a grandes perdas.
Sds.,
Rogério Figurelli
Artigos
Martingale como base para estratégia de negociação a longo prazo
Roman Klymenko, 2019.02.28 07:45
Neste artigo vamos considerar em detalhes o sistema martingale, vamos analisar se este sistema pode ser aplicado na negociação e como usá-lo para minimizar os riscos. A principal desvantagem deste sistema é a probabilidade de perder todo o seu depósito, este fato deve ser levado em conta, caso decida negociar usando a técnica martingale.