O mercado de câmbio abriu nesta quarta-feira, 27, sintonizado com a alta do dólar no exterior em meio a um movimento de venda de Treasuries (cujos preços caem e os juros sobem). Os agentes locais minimizam a aprovação da Medida Provisória 665 no Senado, que restringe direitos trabalhistas. Isso porque ainda faltam outras votações e há certo mal-estar decorrente de comentários sobre discordâncias entre os principais ministros da equipe econômica, que enfraqueceriam o titular da Fazenda, Joaquim Levy, no processo de ajuste fiscal.
Às 9h29, o dólar à vista subia 0,63%, a R$ 3,1720. O dólar futuro para junho avançava 0,49%, a R$ 3,1745.
Para o economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria, os agentes econômicos ficarão atentos agora às votações das outras MPs do ajuste fiscal pelo Congresso, além de observar os supostos ruídos na equipe econômica do governo. Falta agora a aprovação de mais duas medidas no Senado: a 664, que modifica as regras para a concessão de pensão por morte e deve ser votada na tarde de hoje; e a MP 668, que eleva tributos de importados e deve entrar na pauta amanhã. Ambas caducam no dia 1º de junho.
Já a MP 665 vai para a sanção presidencial, mas a presidente Dilma Rousseff deve vetar o dispositivo que estabelece uma noventena para o recebimento do abono salarial, preservando a exigência atual de um mês de trabalho para o pagamento do benefício.
No exterior, a menor tensão na Europa em relação ao pagamento da dívida grega reverte a trajetória de depreciação do euro, do franco suíço e da libra esterlina frente à divisa norte-americana. No entanto, o dólar opera em alta frente o iene e as principais divisas emergentes e ligadas a commodities, como o dólar australiano (+0,49%), o peso chileno (+0,56%) e o peso mexicano (+0,57%).