Bovespa fecha no maior nível desde março de 2013 com euforia eleitoral

Bovespa fecha no maior nível desde março de 2013 com euforia eleitoral

20 agosto 2014, 07:55
Piolin
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SÃO PAULO  -  A Bovespa fechou acima dos 58 mil pontos nesta terça-feira, no maior patamar desde 11 de março de 2013. Mais uma vez, as expectativas eleitorais embalaram as ações da Petrobras e dos bancos, reforçando o movimento de alta do Ibovespa. Segundo operadores, o mercado reagiu à sabatina de Dilma Rousseff, transmitida ontem à noite pelo “Jornal Nacional”. De maneira geral, analistas consideram que a presidente não se saiu bem nas respostas.

“A Dilma da entrevista esteve parecida com a de sempre, e não uma candidata capaz de produzir impacto eleitoral com suas palavras. Como esperado, não respondeu exatamente as perguntas que recebeu, nem as aproveitou para firmar uma vantagem em relação a Aécio e Marina. A opinião comum é que Aécio e especialmente Campos usaram melhor suas oportunidades ali”, comentou a Guide Investimentos em relatório a clientes.

Para o especialista em bolsa da Icap Brasil, Rogério Oliveira, o mercado está “comprando” cada vez mais a tese de que haverá segundo turno. “Não está claro quem irá disputar contra Dilma. Mas a última pesquisa Datafolha mostrou que haverá sim segundo turno.”

Oliveira destaca ainda que a equipe econômica por trás da suposta candidata Marina Silva – Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara Resende – agrada ao mercado e reforça a aposta dos investidores nela, caso Marina seja a candidata a enfrentar Dilma Rousseff num eventual segundo turno.

O Ibovespa fechou em alta de 1,54%, aos 58.449 pontos, com bom volume de R$ 7,171 bilhões. Nesse ritmo, a bolsa brasileira já acumula valorização de 13,5% neste ano. Desde o “fundo do poço”, de 44.966 pontos, registrado em 14 de março, o ganho alcança 30%.

O analista técnico da Clear Corretora, Raphael Figueredo, afirma que o Ibovespa está “na melhor tendência de alta dos últimos 4 anos.” Os 58 mil pontos são uma resistência importante. Precisamos aguardar o fim da semana para ver se o mercado vai confirmar o fechamento acima deste nível. Se confirmado, o próximo destino será os 63 mil pontos, com paradas intermediárias nos 61.200 e 62 mil pontos”. Do lado da baixa, explica Figueredo, o Ibovespa precisa se manter acima dos 55 mil pontos para garantir a boa tendência.

Entre as principais ações do índice, Itaú PN (3,41%, a R$ 37,51), Bradesco PN (3,02%, a R$ 37,50) e Petrobras PN (2,50%, a R$ 20,91) concentraram os ganhos. Os dois bancos, inclusive, registraram cotações máximas históricas hoje.

As ações da Ambev oscilaram em meio às especulações sobre o aumento de impostos sobre bebidas frias. Reportagem publicada hoje pelo jornal “O Estado de S.Paulo” destaca que o governo deve adiar novamente o aumento, previsto inicialmente para junho, mas depois postergado para setembro para evitar reajustes de preços antes da Copa do Mundo.


Questionada sobre o tema, a presidente Dilma Rousseff afirmou hoje que não há “interesse” do governo federal em elevar os tributos sobre bebidas frias “nos próximos dias”. Sem estender-se sobre as perspectivas do governo em relação à elevação do imposto, Dilma afirmou que vai cumprir “o acordo feito com o setor”. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo não desistiu de aumentar os impostos, mas que ainda vai conversar com representantes do setor.

No topo do Ibovespa apareceram Marfrig ON (3,95%), Bradesco ON (3,94%) e PDG Realty ON (3,75%). Na ponta oposta ficaram MMX ON (-10,16%), Oi PN (-3,25%) e ALLi ON (-1,21%).

Segundo a coluna Radar On-Line, do site da revista “Veja”, a MMX estaria prestes a pedir recuperação judicial, assim como já o fizeram OGPar e OSX. De acordo com a nota do blog, o pedido deve acontecer até o fim do mês. Em comunicado à Bovespa, a empresa disse que “não há deliberação em curso” sobre uma possível recuperação judicial.